terça-feira, 25 de julho de 2017

Dia de kit novo


Não gosto por norma de complicar o que é simples, e se há coisa que me agrada nisto das bicicletas é mesmo a sua simplicidade e (quase) universalidade.
Em que é que isto se traduz? Saltar para a bicicleta e começar a pedalar.

Como em muitas outras coisas da vida, existe sempre forma de, para quem faz disto um gosto e tem essa possibilidade, melhorar a experiência do pedalar.
Como?
Muitas vezes com uma bicicleta nova, com um novo selim, ou no caso de que hoje aqui falo, com roupa adequada ao exercício (não estou a falar do casa - trabalho ou do passeio à beira mar) :p

Até há alguns anos quando pensava em roupa desportiva, só me vinham à cabeça imagens de jerseys cheios de publicidade e/ou muitas cores berrantes e pouco condizentes com uma personalidade discreta como que eu julgo ter.
Ora muito por culpa de um ressurgimento relativamente recente da paixão pelo ciclismo de estrada, e com isso a introdução de um design mais sóbrio (temos de admitir a grande influência de marcas como a Rapha), começaram a surgir kits que aliam a boa qualidade de fabrico e o conforto que daí se pode obter, a um visual bastante diferente de uma árvore de Natal sobre rodas.

É o caso deste.


Chapeau?

Apesar de ser uma marca relativamente recente, tem uma gama muito interessante de produtos e uma filosofia abrangente sem cair em clichés. O mote é bastante claro: "We want what you want. To ride bikes."
Gosto da abordagem despretensiosa de quem quer pedalar com conforto.

E foi assim que apareceu cá em casa um kit, o Chapeau! Club Jersey e respectivo bib.


É inspirado no design clássico, mas fabricado em tecido técnico que permite retirar a transpiração do contacto com a pele, deixando assim que ela respire. 
Este jersey, mais adequado ao tempo quente, tem-se portando muito bem nestes quentes dias de verão. Foi uma boa aposta a inclusão de dois tipos de tecido com densidades diferentes de forma a garantir uma protecção e respiração muito equilibradas.


As mangas, assim como todo o corte, são aero: corte justo e colado ao corpo. Os pormenores da marca e a qualidade de fabrico são muito bons.
Os 3 bolsos traseiros têm o tamanho certo, não ficam caídos e são verdadeiramente úteis.


O bib também inspira qualidade e a carneira (o "pad" para quem só lê coisas em inglês) provam-se confortáveis nos passeios que tenho feito de até 100km. Gosto do pormenor da inclusão de pontos reflectores laterais.


Para acabar e porque é algo sempre muito importante, o preço é bastante equilibrado tendo uma relação preço/qualidade interessante. Só para terem uma ideia, o jersey Club custa 70 libras, sensivelmente metade do que similar equipamento da Rapha custa. À semelhança dessa marca, também oferecem um serviço de "crash replacement", muito interessante caso tenhamos um azar. 

Até já!










segunda-feira, 24 de julho de 2017

Crónica de uma volta incompleta.

Toca o despertador, olho para o lado: 05:56

É domingo. 

Será que já está na hora de mudar fraldas?

Não!

É aquele momento da semana em que custa menos acordar, já que o madrugar é imposto para passear, exercitar os músculos e tonificar a cabeça.



Quem apareceu? Dois personagens míticos: Sr. Teixeira, ciclista de potência invejável, diz sempre que não se sente nos seus dias, mas a dada altura deixa todos para trás; Adolfini, também conhecido por Luigi o terrível, sprinter de classe mundial, muito fácil de identificar já que veste sempre meias pretas e jerseys garridos.

O encontro foi marcado para sair às 7, mas a malta é relaxada e raramente se começa a rolar antes das 07:20.


Há sempre alguma novidade no "kit" escolhido para o dia, ou então simplesmente conversa para ser posta em dia. Aqui em destaque a sempre impecável Titan do MrT.


Quem não acorda cedo não sabe o que isto é... a estrada é nossa, a temperatura fresca e a luz bonita.




O percurso de hoje, não estava completamente definido, sendo certo que rondava o Douro como é quase sempre costume. O serpentear estrada acima que nunca desilude. 
Chegados à barragem, optamos por atravessar o rio e descobrir novos caminhos em direcção a Canedo. 


Se para algo servem, os viadutos da pouco utilizada A41, acabam por ganhar uma beleza excepcional, em contraste com o verde da natureza. Não me farto de passar por eles, e são vários os pontos onde nos encontramos nas voltas mais usuais.


São também uma boa desculpa para a pausa fotográfica na comitiva.


O ângulo perfeito!


Como o tempo para pedalar é curto nos dias que correm, pouco depois de Canedo tive de me despedir da malta, eles iam ainda fazer serra até Castelo de Paiva e depois regressar por Entre-Os-Rios. Fica prometido um dia destes fazer essa estrada.


Subir para a N1, e fazer parte da N1, coisa que nunca deixa grandes saudades, apesar de ainda assim se atingir uma cota alta com boa vista. O regresso ao Porto fiz-lo pelo melhor caminho possível atravessando a bela ponte D. Luis.


PS: notaram em que bicicleta eu vim? 8-)

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Na oficina #03 - coisas bonitas




Ainda antes de o limpar, não resisti a fotografar este desviador Shimano RD-7402. 
Representa quanto a mim uma das linhas clássicas mais bem conseguidas da Shimano, e isso até explica a sua longevidade já que foi produzido dos anos 80 aos 90. Equipou muitas bicicletas que viram sucesso nas grandes provas, sendo na sua fase final já incorporado no sistema de indexação Shimano (8 mudanças).

A qualidade de construção e o rigor aplicado em todos os detalhes justificam bem o estatuto de topo de gama à época.

Detalhe das roldanas.



E finalmente uma imagem do grupo completo.




segunda-feira, 17 de julho de 2017

Na oficina #2 - arqueologia Shimano


Corriam os anos 70 e a (hoje) gigante Shimano tinha aparentemente gostos ornitológicos - dava nomes de pássaros aos seus componentes.
Esta foi uma fase em que a Shimano tentava aumentar mercado piscando o olho à, na altura, gigante Schwinn a quem venderam muitos destes desviadores. Acho que o lettering e a escolha de uma ave muito americana não foram inocentes.



Na rúbrica "na oficina" de hoje temos dois belo exemplos, o desviador traseiro um Shimano Eagle, descrito pelo Sheldon Brown como "strongest derailleur ever made and the best of it's era".

Aparentemente esta robustez provinha da sua construção inteiramente em aço, bem como da protecção contra pancadas inadvertidas. O preço a pagar era o peso - algo em torno dos 450 gramas!?!
Mesmo assim, e porque o peso muitas vezes é um pormenor, é uma peça bem bonita que funciona muito bem. 


O desviador frontal faz linha e é um Shimano Thunder Bird. Também é uma peça bastante elegante, com construção completamente em aço, cumpre perfeitamente o seu papel, mais uma vez sem grandes preocupações com o peso.


E por hoje dou por terminada a sessão no gabinete de curiosidades velocipédicas da oficina Velo Culture do Palácio.
Até já!

domingo, 16 de julho de 2017

Bom, parece que afinal nem todos os domingos consigo ir treinar. Na impossibilidade de ir esticar as pernas com os amigos, fico por casa a rever voltinhas passadas:



Filmagem e montagem com autoria do Sr. Teixeira - verdadeiro mestre na arte da imagem em movimento!

sábado, 15 de julho de 2017

Na oficina #01


A vida da oficina nem sempre é feita de Pelagos (suspiro), algumas surpresas, umas vezes boas, outras más, vão aparecendo. Vou começar a partilha-las! :)

Hoje desceu para a cave do palácio uma bonita estradeira, de marca portuguesa mais ou menos exótica, esta SIP tem tanto de bonito quanto pesada. 
Não se consegue encontrar grande informação online, mas esta montagem até tem algum equipamento interessante.
Alguém sabe onde eram fabricadas?

quinta-feira, 13 de julho de 2017

A Finlandesa

O que estava dentro da caixa?!? Deixaram a vossa imaginação voar?


Uma Finlandesa!!








Nada disso, o que estava lá dentro tem construção igualmente Finlandesa, mas as formas são mais velocipédicas:





Uma Pelago Stavanger !


Isto de gostar de bicicletas e ter uma loja de bicicletas tem muito que se lhe diga. Primeiro porque me passam muitas bicicletas pelas mãos; segundo porque temos o gosto de as analisar e perceber as suas características, as qualidades e por vezes os defeitos ou características.


Cada bicicleta tem um dono, cada uma casará melhor ou pior com alguém e esta é uma das tarefas mais importantes a desempenhar na Velo Culture. Para alguém que passa a vida a tentar fazer este tipo de leituras, escolher uma bicicleta para si torna-se uma pesada tarefa de auto-análise.


“Se eu só tivesse uma bicicleta, seria uma destas com certeza. Tem guiador de estrada, uma postura rápida mas confortável, transmissão eficiente e muito versátil. Tanto é excelente para ir comprar o pão ao fim da rua como para pedalar até aos Alpes!”

Esta frase é minha e é mesmo muito sincera.
Claro que parte de um pressuposto que me é difícil: ter só uma bicicleta (bom, também não são assim tantas), mas a ideia de que uma bicicleta pode ser hábil tanto para ir à padaria quanto para viajar longa distância é-me muito sedutora.

"Então se já tens outras bicicletas dentro deste estilo, porquê comprar uma Pelago Stavanger?"
Talvez porque por vezes merecemos ser mimados com uma bicicleta nova? Mais que isso, é importante saber e confirmar tudo aquilo que fazemos e vendemos? Será um misto de tudo, mas o facto da Stavanger ser muito versátil torna a coisa ainda mais divertida, já que a exploração das diferentes utilizações e roupagens vai trazer muitas horas de prazer na estrada (e fora dela).

Sobre a máquina em si, em breve vou escrever com mais profundidade, entretanto fica o retrato do costume:


Até já!

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Caixa surpresa

E hoje ao chegar à Velo Culture do Palácio de Cristal, havia uma caixa enigmática na oficina:


Aproximei-me com cuidado..


A curiosidade é tramada e ao chegar mais perto deparo com isto:

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Os treininhos semanais



Treininho, um nome intencionalmente pouco pretensioso (não entro em grandes competições :p), mas que corresponde especialmente bem à minha actual realidade: depois de ter aparecido um novo membro da família (o João!), as voltas de bicicleta estão um pouco mais limitadas tanto em quantidade como na distância.
Mesmo assim e porque  são muito influentes na minha sanidade mental, têm ainda assim tido periodicidade semanal (yeahhh!).
Quem já pedalou comigo, e/ou conhece a minha forma de ser, sabe que não tenho grande predisposição a “dar tudo na estrada”, a bater tempos por bater ou a ser “rei da montanha” - passear de bicicleta é o meu lema, parar para tirar as fotos frequentemente e comer o pão com marmelada num qualquer sítio idílico são normalmente os objectivos.
Os treininhos são contudo um “abre caminho” a esse propósito, acho que consigo normalmente não atrasar (muito?) toda a malta, e ao mesmo tempo “treinar” acima da minha velocidade normal/usual - torna-se assim muito mais fácil fazer os ditos passeios ciclo-turísticos sem grande esforço e a uma média decente.




Tão ou mais importante que isso, a energia de grupo bem como a partilha do nascer do sol e respectiva camaradagem e troca de galhardetes em volta de uma chávena de café são algo impagável.









Nem todos podem sempre aparecer, e este domingo não foi excepção, mas tivemos o privilégio de assistir a uma estreia: a do João e da sua bicicleta nova, uma Pelago Sibbo!





A Pelago é uma marca com a qual eu e toda a equipa Velo Culture nos identificamos. Formada por ciclistas finlandeses, tem por objectivo criar bicicletas que cumpram o seu objectivo da forma simples e eficaz, tendo como estrutura dorsal uma simbiose entre função, estética e robustez/durabilidade.
A Sibbo do João é o modelo mais rápido e mais dedicado à estrada, com tubagem em aço Columbus Thron, grupo 105, e uma postura mais aerodinâmica.



Para além do João também compareceu o Senhor Teixeira, grande companheiro destes passeios ciclísticos, e a sua já experiente Titan.




Decidimo-nos a rolar para norte, fazendo um pouco de nacionais, bastante calmas ao domingo de manha: N13 até Gião, fazendo parte do caminho de Santiago, depois subindo até Santa Eufémia e desviando para Vilar de Luz (para ver os aviões), regressando pela outra nacional, a 104.
Como tinha compromissos de almoço, tentei encurtar este percurso um pouco usando os mapas do Strava.
Era uma zona sem grandes estradas para fazer desvios, mas pareceu-me ver um belo estradão de terra batida que poupava uma boa meia hora a pedalar.



O estradão revelou-se afinal um caminho de cabras, o meu perdão aos companheiros de pedalada, mas a aventura assim ficou mais completa ;)

Exercício feito, músculos tonificados, cabeça limpa - toca a ir para casa, tomar banho e embalar o João:


Uma publicação partilhada por Sérgio Moura (@sergmoura) a

Para a semana há mais!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

De regresso?


Estamos em 2017, parece que a moda das redes sociais com mensagens efêmeras está para ficar: e viva o mastiga e deita fora, toma lá um Snapchat, dá cá umas Insta-histórias.

Ainda que seja um blog pessoal e portanto de interesse muito relativo para os demais, o DBNP serve bem o meu propósito de ir escrevinhando um pouco sobre a minha experiência com as bicicletas, e gosto mesmo desta coisa de manter um registo permanente (enquanto o blogger existir) desta parte importante da minha vida.

Contem então com muitas fotografias de bicicletas, de paisagens bonitas (outras feias), alguns ciclistas e uma boa dose de óleo de oficina.

Até já!