terça-feira, 24 de julho de 2018

Na oficina: a esfericidade das esferas.

A bicicleta é aquela máquina que brilha pela eficiência, aliás, em termos energéticos é mesmo o veículo mais eficiente:

Image result for most efficient vehicle bicycle chart

Para isso acontecer, tudo tem de rolar bem e sem grande esforço. Aí entram muitos factores e componentes, sendo um deles, o baixo atrito na rotação das rodas. Não se trata de tecnologia nova, mas as rodas com rolamentos de esferas continuam a ser uma solução muito interessante ainda que precisem de alguma manutenção de x em x tempo.
Normalmente quando se ouvem ruídos estranhos, essa manutenção já chega tarde pois o que vamos encontrar dentro do cubo terá este aspecto:


"Esferas" pouco esféricas.

Se usam cubos simples ou clássicos, não selados, convém abrir, limpar e re-lubrificar todos os anos (excepto se for bicicleta que vive mais em exposição que a rolar) - é o tipo de manutenção que, mais que desejável, é mesmo necessária.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

10 anos de Bicicleta no Porto !



Faz hoje 10 anos que comecei este blog.

Apesar de muitas temporadas dotado ao abandono, tenho gosto que ainda perdure e mantenha a espaços um registo desta longa pedalada - na verdade nunca imaginei que durasse tanto tempo, muito menos pensei que a bicicleta (e ele) fosse mudar tantas facetas da minha vida.

O objetivo foi sempre o mesmo: fazer uma espécie de diário de bordo, escrevinhar algumas palavras sobre o dia a dia feito de bicicleta e todos os outros assuntos em torno desse estilo de vida.
Se no início, e especialmente com o projecto dos retratos a ciclistas, o foco era bastante ciclo-activista, hoje está possivelmente mais centrado na perspectiva da máquina e do prazer que se pode tirar a: olhar para ela, pedalar nela, falar dela, beber cervejas em honra dela ou até a sujar as mãos nela.


Não porque tenha deixado de a utilizar de forma utilitária, mas precisamente porque isso já não é um mito, já é ponto assente que é possível fazer vida na cidade do Porto (e em todas as outras) com a bicicleta, apesar de ainda haver um longo caminho até esta se tornar uma cidade de e para ciclistas.

Espero que ao longo destes 10 anos tenha ajudado alguém se fazer à estrada, e que os próximos 10 sejam uma consagração da sua (entenda-se da bicicleta) glória.

sábado, 14 de julho de 2018

Passeata com embrulho e laçarote.

Julho é o mês em que faço anos. Não sendo eu uma pessoa muito dada a grandes festividades a propósito desse mesmo dia, decidi este ano oferecer-me uma coisa que me é cada vez mais preciosa: tempo - tempo para pedalar com tempo :)

Assim sendo, pedi aos comparsas de negócio para compensarem a minha ausência, e tracei rota para um dia (bom, meio dia) em cima da bicicleta.

Como os treinos têm sido escassos, optei por um trajecto plano, e como ver paisagens bonitas era condição obrigatória, rumei a S. Jacinto.

A estrada para S. Jacinto é bastante plana, são aproximadamente 70km bastante fáceis e bonitos, com um único senão: raros são os dias em que a nortada não fustiga esta zona costeira.
Felizmente, e para alguém como eu que não está em grande forma, há sempre a possibilidade de fazer batota e pedalar no regresso apenas até Ovar e aí apanhar um comboio urbano.

Dito e feito ;)
Segue-se o album fotográfico!

Travessia da ponte da Arrabida (pelo passeio), a vista nunca deixa de surpreender.

 O atalho para quem faz este truque de passar a ponte pelo passeio, implica descer umas escadas e passar um túnel mal cheiroso.


E quem é que me fez companhia em parte do trajecto?! O enorme Adolfini. Neste retrato, estava a tomar a sua dose matinal de Salbutamol.

Alguns kms depois já estava em S. Jacinto, mesmo a tempo de almoçar.

O regresso fez-se com mais calma e paragens para fotografar.



Incluindo algumas explorações de abandono..


 E descanso junto às margens da ria.



Para finalizar, nada como chegar a uma estação de comboios cheia de bicicletas. Sinal de que ainda há esperança que as coisas mudem por terras lusitanas.

Para o ano há mais!

quinta-feira, 5 de julho de 2018

O melhor dia da semana

Segunda de manhã... ahhh... a magia da segunda de manhã ;)

Após análise cuidada das minhas tarefas semanais, viu-se luz ao fim do túnel (ou será do guiador?), uma centelha de esperança por um mundo melhor, um mundo onde os rolamentos são sempre selados, não há furos lentos e até os automobilistas nos guardam sempre os 1.5m de distância de segurança. Isso.

Bom, lirismos aparte, o motivo para a minha felicidade é ter encontrado um buraco no calendário semanal, por entre fraldas e trabalho, para poder finalmente treinar semanalmente.

E que fazer com essa descoberta? :D









Pegar na Stavanger e rolar!!!








Forma física em baixo, não convém ser demasiado optimista, portanto apontei para um pequeno percurso Douro acima, com desvio para o rio Sousa.



Tenho vindo pouco para estes lados, mas a marginal já está aberta ao transito.

Apesar de ser dia da semana, já passou a hora de ponta matinal pelo que dá para circular com alguma calma. Mesmo assim, quando se vira para as margens do rio Sousa, a coisa acalma ainda mais e o prazer aumenta.



É bem bonito ver as margens de um rio com hortas bem cuidadas.

Paragem quase obrigatória quando venho pedalar para estes lados com tempo, a antiga Central de captação de água do Rio Sousa. O edifício é centenário, e mostra bem como a arquitectura industrial no ínicio do século passado era cuidada.




O edifício tem ainda mais história, pois em tempos tive a oportunidade de lá entrar e para quem gosta de maquinaria pesada, o cenário era fabuloso...


Já no regresso, tempo ainda para sujar os pneus, uma das vantagens de ter uma bicicleta com pneus de dimensões generosas..


É bom poder virar para um caminho de terra batida e gravilha, ainda que termine, como neste caso, numa "parede".

Até já!







domingo, 24 de junho de 2018

Na oficina: sobre pegar em coisas velhas e reconhecer-lhes potencial

O João no outro dia apareceu com um achado, uma clássica francesa da qual ainda não conseguimos descobrir a marca.
Pela idade dos componentes apontamos para a década de 60, época dourada da "cena" do ciclismo francês (será que se poderá dizer do ciclismo em geral?).
Quem souber algo mais ou consiga identificar o construtor, por favor envie mensagem :)


O quadro é bonito, e está direito... a pintura, que já não é original, já viu melhores dias mas não envergonha.

Selim em couro ressequido. Isto depois de muito tempo a hidratar pode vir a ter alguma vida.



Parece que já não se desenham coisas assim...

Pedaleiro Stronglight "Competition No 55", muito elegante, a precisar de limpeza e eventual nova cromagem. Ainda tem bastante vida. Os pratos curiosamente são Simplex.

Os Mafac Racer, travões que gosto muito! Fiquei muito bem impressionado pela qualidade de travagem numa Peugeot que em tempos tive. Infelizmente só temos um travão, o traseiro... se alguém tiver um frontal no caixote da sucata, o João está comprador ;) Contactem pf..


Infelizmente o guiador, que tem uma geometria clássica interessante, está empenado. 

As clássicas manetes de estrada Mafac, ainda com as capas originais em estado aceitável.

O desenho dos cachimbos é delicioso... serão uns Nervex?

O avanço é um Pivo 75 (crescent), muito elegante e em muito bom estado.

Os desviadores, que depois de completamente desmontados limpos e afinados devem ainda prestar um bom serviço, são Huret, sendo o traseiro da série Svelto e o frontal série 600.


É preciso alguma coragem para pegar num projecto de bicicleta quando neste estado - basicamente tudo precisa de bastante tempo para apenas ficar funcional - mas eu que tenho um fraquinho por bicicletas clássicas, e especialmente por francesas desta geração, não teria dúvidas em me atirar de cabeça :)

Sendo assumido como um projecto a quatro mãos entre pai e filho, ainda melhor! Força João!

domingo, 17 de junho de 2018

E passado um ano... (esqueci-me de ligar o Strava)

Pois é, não tenho feito treininhos, o meu strava está com um ar desolador, mas a boa notícia é que voltei a "treinar".

Para recuperar rápido, vou treinar com uma bicicleta um pouco mais pesada, geometria relaxada e 8Kg de lastro na frente.

Apesar da velocidade bastante contida, nestes treinos toda a gente fica muito bem impressionada.


terça-feira, 29 de maio de 2018

Na oficina: rodas criativas

Entra uma bicicleta (daquela marca que não gostas) na oficina com um furo.

Respiras fundo e cantas o mantra "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!"

Depois vês isto...


Raios de tamanho aleatório, 60% deles demasiado grandes e espetados contra a fita de aro - ninguém merece isto :(

"Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" "Todas as bicicletas são lindas e merecem o nosso amor!" 


domingo, 11 de fevereiro de 2018

Paragem forçada

Ou aquele momento em que forçado a interromper o treininho a solo, te vês a conversar sobre o mundo, a vida e os barcos com o entregador de pizzas na sua Honda Today.