Qualquer vinda a Paredes de Coura torna-se uma bela desculpa para conhecer novas estradas para pedalar, ou simplesmente para variar de paisagem já que a
Velo Culture me deixa quase sempre "preso" às imediações do Porto.
Para ajudar à festa, tenho bicicleta nova, a
Pelago Stavanger e durante a rodagem estou a comprovar (a tentar) a sua imensa versatilidade. Para começar, sem grandes alterações, retirei os para-lamas e montei uns pneus de estrada 700x28c, a roçar o limite inferior relativamente ao leque de pneus que estes aros comportam.
A ideia é posteriormente montar outros 'sapatos' para outro tipo de aventuras.
Paredes de Coura e as imediações têm muitos pontos interessantes por onde pedalar, mas estava com grande vontade de fazer a subida ao Corno do Bico, isto mesmo sabendo que nos 3 ou 4kms finais o piso é de gravilha ou terra bem batida - nada que não tenha já feito com este tipo de pneus.
Como não conheço assim tão bem as estradas circundantes, tratei de na véspera pedir a ajuda ao Strava para melhor delinear um percurso até lá. A opção "estradas mais populares" soou-me bem :)
No dia, o despertador "bebé João" tocou, e lá fui eu. Tinha acabado de fazer 2 km, meti a mão por baixo do selim: "hmmm pois, esqueci-me no Porto das ferramentas e câmara de ar suplente, mas bom... quando foi a última vez que furei?"
Na verdade já nem me recordo, mas fico sempre apreensivo na perspectiva de ficar apeado longe de casa por causa de um furo. A paisagem por estas paragens rapidamente tratam do assunto e não penso mais no assunto.
O Minho é muito bonito. É verde, é humanizado sem ser desiquilibrado, tem subidas e descidas quanto bastem... próximo do perfeito para pedalar.
Tudo corria muito bem, estradas bonitas e com bom piso, nem muito largas nem muito estreitas, curvas aqui e ali a pontuar a paisagem até que...
" O GPS deve estar errado, não há nenhuma estrada aqui por onde virar"
Pois, o Strava delineou um trajecto popular na zona, posso depreender que esta seja uma zona com muitos praticantes de BTT.
"Bom, isto deve ser só um troço pequeno de atalho, nem que faça a pé chegamos a outra estrada num instante"
E assim meti por um caminho de cabras. A Stavanger é feita para estas aventuras, mas por azar tinha montado uns 'sapatos' fininhos nada condizentes com o que estava a começar a fazer.
A lei de Murphy é tramada, e de curva para curva a achar que o caminho acabava "já ali" acabei por fazer uns bons kms de trilhos de montanha, que tinham tanto de bonitos como de complicados.
Por fim cheguei ao Corno do Bico, e com a luz da manhã não consegui deixar de tirar umas fotografias no meio do bosque à minha nova menina.
Pão com marmelada comido, toca a regressar "Agora vou pelo caminho fácil" pensei eu.
ahahah
Estradas de terra (mais ou menos) batida, a descer, não são também propriamente um "passeio no parque" quando se anda com pneus de bailarina. Bom, com um ou outro pequenos sustos, lá se fez a descida e o restante caminho em asfalto passou literalmente a correr.
Vou voltar a fazer esta aventura, mas desta vez bem calçado ;)