quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Com o vento sempre a favor...



Senti a curiosidade de experimentar uma coisa destas... uma bicicleta na qual o vento está sempre a nosso favor (enquanto a bateria durar) :)
Vai daí, apostei num daqueles kits provenientes da china que se compram pelo ebay. Uma vez que sou sovina, as baterias acabaram por ser as menos eficientes de gel ou chumbo (pelo peso só pode ser!) que se utilizam nas UPS.

Onde instalar?

Na minha velha bicicleta de BTT, bela aquisição feita à uns 15 anos no Feira Nova e que durante estes anos todos prestou grandes serviços. Apesar de ter passado os últimos tempos esquecida no fundo da garagem, surgiu agora, com este upgrade, a oportunidade de voltar à ribalta! :)
Acrescenta-se uns para-lamas, guiador de pasteleira, um porta-couves e rapidamente se transfigurou num veículo de cariz utilitário.
Com tantos fios e comandos torna-se complicado ter um conjunto bonito, mas a ideia é cumprir a função, pelo que máxima "a forma segue a função" ganha aqui novo significado :p
(espero aos pouco ir melhorando a montagem)



Primeiras impressões (já fiz 200km, 80% em estrada):
-> Este kit tem 3 modos possíveis...
1º o modo passivo em que a utilizamos como se utiliza uma mota (tem um acelerador);
2º o modo de ajuda em que a bicicleta nos ajuda subtilmente a pedalar até aproximadamente 20/25 km/h;
3º e último, este é semelhante ao segundo, mas o motor tenta sempre dar o máximo que pode. Eu chamo-lhe o turbo e fiz um pequeno hacking com um pequeno botão de ligar/desligar no guiador. Apesar de ser um autêntico sorvedouro de energia das baterias, este botão é bastante útil para nos tirar de situações de possível ou efectivo apuro, já que facilmente nos colocamos a 30/35 km/h.

A autonomia anda pelos 35/40km feitos sempre a pedalar, em plano basta fazer o mínimo esforço para circular a uns 25km/h, mas nas subidas convém ter um pouco mais de vigor. Se nas subidas mais acentuadas a preguiça os as nossas forças faltarem, ela pode descer aos 15km/h a menos que liguemos o "turbo" :p

Ao contrário de outras ditas bicicletas electricas que se vêm por aí (no continente ou afins), esta é, ainda, uma bicicleta. Pesa 21 kilos + 7.5kg das baterias, pesada mas ainda se consegue pedalar nela sem ajuda.
É uma solução bonita? Nem por isso, mas saiu bem mais económica que comprar algo feito de origem e já que tinha a bicla em casa parada achei ser a opção lógica.

Como é óbvio, não vou deixar de andar nas bicicletas tradicionais (cuja elegância, simplicidade e eficiência são ímpares) por causa desta modernice, mas está a mostrar-se útil por me permitir fazer trajectos de média/longa distância sem ficar exausto. E assim o carro e a mota perdem ainda mais o seu protagonismo ;)

10 comentários:

Ranger Bob disse...

Mais 5 anos e é veículo clássico! :-)

anabananasplit disse...

Boa experiência. :-) Contudo, tens que ter atenção que isso já não é um "velocípede sem motor" (não é pedelec e não pára de assistir a pedalagem aos 25 Km/h...), pelo que cairá na categoria de ciclomotor. Isto implica que tens que usar capacete, ter matrícula,licença de condução e seguro de responsabilidade civil.

Sérgio Moura disse...

É um pedelec legal sim, só deixa de o ser se fizer o tal hacking do botão turbo.
E quase não o uso, só mesmo numa emergência em que esteja em causa a minha integridade física :)

Tive esse cuidado na compra, apesar de haver motores bem mais potentes (350w, 400w, 500w) comprei apenas o de 250w por ser o único legal para continuar a ser um velocípede sem motor.
:)

anabananasplit disse...

Se o motor funciona sem tu pedalares, como referiste no teu ponto 1, não é um pedelec. Se só funcionasse como no teu ponto 2, isto é, se o motor só assistisse a pedalagem mas não a subtituísse (além da limitação de potência e de velocidade), aí sim, seria um pedelec. Pode parecer algo a que se possa não dar grande importância. Mas agora imagina que atropelas alguém, ou és vítima de terceiros, o que acontece quando as seguradora/polícia começar a analisar a tua bicicleta à procura de coisas para te imputar culpa?...

Sérgio Moura disse...

Oi Ana,
todos os kits que vi à venda têm este sistema tipo acelerador, e curiosamente só acelera até mais ou menos 20/25km/h.
Nem sequer o posso retirar pois está incluído no modulo que liga/desliga o sistema e que indica a carga da bateria.
A única coisa que pode ser declarada completamente ilegal é desligar o limitador. Claro que já o liguei novamente pois detesto cometer ilegalidades.
Sei de bicicletas eléctricas que se vendem cá em portugal que também têm acelerador, e penso que as dos chineses que se vendem no continente e na sportzone tb são assim.
Se está contra a legislação, têm de rever tudo ou fazer modelos só para portugal, eu por motivos de velocidade (ou falta dela) e boa saúde da bateria costumo pedalar sempre. Não me consigo imaginar numa bicicleta sem pedalar excepto a descer.

Quanto a problemas em caso de acidente, eles podem sempre surgir, não nos podemos esquecer que as bicicletas normais tb ultrapassam os 25km/h facilmente (nas descidas ou em plano para os mais atléticos) e ninguem parece muito preocupado com isso...

Ana, és anti-estas-coisas?
:)

anabananasplit disse...

Ué, cadê o meu último comentário? Não ficou registado? Não ficou praí no filtro de spam ou coisa que o valha, não? :-P Se não, lá terei que desbobiná-lo outra vez. :-)

Sérgio Moura disse...

Olá Ana, acho que isto não tem filtros... errr.. podes repetir? :)

anabananasplit disse...

Claro que não sou contra "estas coisas", por que haveria de ser?

Não seria a bicicleta a estar ilegal, simplesmente numa não-pedelec é-te exigido mais coisas: licença, seguro RC, matrícula, capacete, porque a bicicleta é considerado um ciclomotor pelo nosso CE. Embora a bicicleta em si possa estar ilegal na medida em que pode não estar homologada, se tal for exigido por lei (não sei agora de cor, teria que ir pesquisar se isso se aplica todas as classes de veículos).

Lá por se vender em Portugal (ou conseguires comprar online do estrangeiro) não quer dizer que seja legal *utilizar* cá isso. Podes usar em propriedades privadas, por exemplo. A fiscalização não será feita na venda, mas no uso. Aí, mesmo que por lei não tenha que ser homologada (eu acho que deve ter que ser), para a conduzires na via pública tens que a matricular, usar capacete, ter licença e um seguro de RC.

Quanto aos acidentes, não mencionei isso por saber ou achar que essas bicicletas sofrem mais acidentes, mas apenas porque em caso de acidente, dada a mentalidade de legislação discriminatória do ciclista, pela negativa, podem pegar por aí para te imputar culpas.

Sérgio Moura disse...

Viva Ana, a minha tem o sensor Pedelec, e é isso que utilizo no dia a dia.
Efectivamente existe um manípulo no indicador de bateria que pode ser utilizado como acelerador (que eu não utilizo) sofrendo das mesmas limitações do pedelec (só funciona até +/- 20/25km/h, depois as tuas pernas é que fazem andar mais ou não).
Eu acho que esta espécie de acelerador não pode ser vista como tal.
Se não pedalares, e se apenas usares este artifício, dificilmente passas dos 15km/h!
Na minha opinião isto é apenas um artifício para teres mais controlo sobre a forma como a ajuda te é entregue.
O pedelec é um sensor que "sente" se estás a pedalar ou não. Não tem "inteligência" para perceber que estás numa subida, descida, etc
Assim se utilizares também o dito "acelerador" podes dosear a ajuda a pedalar de forma mais personalizada.
Eu sinceramente não senti muito essa necessidade, mas poderá ser esse o sentido da sua existência.
Mas não vamos complicar o que é simples.

É pedalar e sentir a ajuda!

Anónimo disse...

Boas.

A ana tem razão. Conforme o código da estada somente são considerados velocipedes com motor os que se encontrem equipados a motor com de auxilio de pedalagem (pedelec)potência máxima contínua de 0,25 kW... conforme o Artigo 112.º. Não tenho igualmente nada contra estas "coisas", antes pelo contrário, mas devemos ter conhecimento das regras que estão em vigor. Caso não estejamos a favor das mesmas, concordo que deveremos manifestar o nosso desagrado e fazer algo para que possamos de alguma forma muda-las, mas sempre de uma forma "legal".
Pessoalmente, considero estes assuntos como pormenores de mal menor. Mas se há regras, todos nos as deveremos cumprir, ou então juntemo-nos para as alterar.
Cumprimentos para todos e parabéns pelo blog!