segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nova ciclovia do Porto

Conforme alguns já devem conhecer, está previsto o lançamento de várias ciclovias para a cidade do Porto, sendo que a primeira (seria a segunda da cidade, mas acho que a da marginal só com grande imaginação se pode chamar de ciclovia) foi recentemente inaugurada (ainda estão a fazer obras em algumas partes, suponho que o calendário eleitoral tenha obrigado a tal).

Sendo assim e como ciclista invicto que sou, decidi ir percorrer esse trajecto e tirar umas fotografias. Estava curioso para saber que tipo de atitude foi tomada, e a forma como se concretizou a obra...

Seguem-se algumas fotografias de todo o trajecto e um ou outro comentário:

Inicio (ou final) da ciclovia no parque da cidade... as marcações por enquanto são legíveis.

Primeiro atravessamento...










Esta parte no meio da Av. da Boavista ficou com piada... as árvores ajudam.









Primeira "situação". Este sinal de transito está sempre verde para os automóveis. Para se poder atravessar é necessário vir aqui carregar no botão da passadeira.. hmm afinal somos peões ou veículos ?







Na minha opinião, a ser necessária a ciclovia, acho que esta é a melhor forma de ser concretizada. Marcação e pavimento, transito na faixa de rodagem... Apesar de nesta imagem existirem mecos, só a marcação do pavimento já "informa" os condutores para a distância de segurança.



















Resulta, não?











Esta primeira rotunda também parece funcionar bem.. Espero que os carros que vão a sair da rotunda respeitem o nosso posicionamento...











Aqui o transito passa a ser feito no meio faixa de rodagem..












Nestas situações temos prioridade sobre os carros?








E nesta? Este é um dos pontos que acho bastante perigosos pq nem os carros nem os ciclistas sabem muito bem quem tem a prioridade, e o atravessamento é necessário... A forma excessivamente rectilínea do traçado tb é algo estranha de se "cumprir".










Este também é um ponto complicado, já que quem vem no sentido contrário (do que estou agora) sente-se em contra-mão com o transito automóvel...







Mais um atravessamento... seria interessante colocar sinalética a ilucidar prioridades. Aquela barra branca que se pode ver do lado direito é uma barra para os automóveis pararem (conforme tem antes das passadeiras). Será que quer dizer que temos prioridade? Seria boa politica. Mas a ser tem de se esclarecer com sinalética.














Esta curva é assim meio apertada :p







Esta fotografia já é dentro do parque da pasteleira.. Se para passear é agradável, acho que dentro de um parque não faz grande sentido existir uma ciclovia... afinal, não é preciso proteger os ciclistas dos automóveis, certo?
Além disso, para o utilizador utilitário, este percurso é bastante idiota pois dá montes de voltas. Quem quer ir de A para B tem mesmo de abandonar a ciclovia antes de entrar no parque. Ou então vai numa de passeio...










Já a descer em direcção ao rio, existe um grande passadiço em madeira... As cores do Outono dão bom ar à ciclovia..















Final desta ciclovia...




Espero que gostem das fotografias... foi um passeio lúdico, assim como me parece ser o propósito desta ciclovia. Ainda estamos longe de algo mais vocacionado para o utilizador utilitário (quanto a mim só necessário nas vias mais rápidas, pois nas outras a estrada é o nosso local).

Sérgio

16 comentários:

Anónimo disse...

Boa fotos.
Bons comentários.
Bom passeio.
Que saudades de pedalar no Porto!...
Pelo que se mostra, esta ciclovia é mais ciclovia que a ciclovia ribeirinha em Lisboa.

Sérgio Moura disse...

Boas, obrigado pelo comentário... Apesar de não ser apologista das ciclovias, acho que esta tem alguns "momentos" interessantes... e é de longe melhor que a da marginal do Porto... (em lisboa não conheço ciclovias...)
Abraço!

Gonças disse...

Muito bom Sérgio...
Obrigado pela partilha.
A foto da ciclovia com folhas é extraordinária.

Esta ciclovia parece ter bons apontamentos realmente...mas como qq ciclovia: o que nasce torto, tarde ou raramente se endireita ;o)

abraço

miguel disse...

Acho que houve a obsessão de fazer a ciclovia ininterrupta. No Norte da Europa nem sempre acontece.. em locais complicados (como esses onde dizes que não é clara a prioridade) pura e simplesmente não há ciclovia, a bicicleta integra-se.

E essa curva apertada.. diz muita coisa :)

Anónimo disse...

Obrigado por documentar o trajecto da ciclovia e por partilhar todas estas fotos. Pelo que tenho visto, muitas ciclovias incluem pinturas e mobiliário adjacente que poderá ser considerado desnecessário e até poderá ter efeitos perversos e até perigosos. Às vezes interrogo-me se muita dessa tinta e desse mobiliário excessivo não terá sido lá colocado para facturar. Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)

Tiago disse...

Ouve isto é muito fixe... só assim o ciclismo urbano faz sentido, Londres, Paris, Berlin, e claro, Amesterdão, Copenhaga e outras que tais foi assim que implementaram o uso da bicicleta. Segregação Bicicletas/motorizados é a solução !
Agora falta que o povo adira...

Sérgio Moura disse...

Não penso que seja o caminho, mas tenho a percepção que ajuda a que muitas mais pessoas comecem a ciclar.

Não convém é que se esqueçam que a bicicleta tem direito a andar em todas as estradas, e portanto, talvez começando na ciclovia percam o medo de andar nas restantes vias...

anabananasplit disse...

Dear God. Por onde começar?...

Iletrado disse...

Caro Tiago (e outros defensores das "ciclovias ornamentais (CO)"):
Quantos quilómetros de estrada tem o Porto? Quantos anos serão necessários até todo o Porto estar coberto por CO? E depois do Porto, quantos mais para seguir para Gaia? E Matosinhos? E Valongo ou Ermesinde? Leixões também está na área. E, quando a CO acabar, o que fazes? Colocas a bicicleta em cima do carro e segues assim caminho até à próxima CO? Faz algum sentido isto? A bicicleta é um veículo, tem de seguir pela estrada e o código da estrada tem de ser modificado para reflectir esta evidência. Tudo o mais é cosmética feita para sacar alguns votos daqueles que não se libertam da dependência do carro no seu dia-a-dia, mas que agora aderem à moda das bicicletas e aos passeios domingueiros pelas CO, para mostrar aos amigos a nova máquina "quase tão cara como um carro". É vê-los agora, nestes dias em que o aquecimento global tirou umas férias e as temperaturas baixaram e a água caiu do céu. Os meus companheiros de pedal, que se converteram no início do Verão, pura e simplesmente desapareceram. É procurá-los a bordo de uma qualquer viatura de 6 metros quadrados. Bicicleta é bom para o Verão e para passear. Mas no Inverno "não é prática" (esqueçamos por momentos que ainda não estamos no Inverno). Mesmo no Verão, nem para a praia a ginga serve, porque há tanta coisa que se tem de levar, não é prática!
As CO implicam o gasto de milhões e, tal como se vê e o Sérgio descreve nestas imagens, tornam o percurso tão perigoso que muita gente acabará por desistir de a utilizar e voltará ao carro.
Boas pedaladas.

Tiago disse...

Caro Iletrado,

Tenho de responder ao teu comentário, tentando elucidar-te, e talvez, quem sabe, abrir-te um pouco os horizontes em relação às ciclovias.
Para começar e para que as coisas fiquem claras : Não sou adepto do Rui Rio, muito pelo contrário, e odeio obra feita para ganhar uns votos… Também não sei onde foste buscar, que sou defensor das ciclovias ”ornamentais“. Sou defensor das ciclovias, desse espaço de um metro de largo que me permite “rolar” mais tranquilamente sem estar constantemente a olhar por cima do obro à espreita do perigo que vêm de trás...
Sou ciclista ”urbano” desde 1996 data em que vim pela primeira vez residir para Paris. Após acabar os meus estudos em 2001, continuei a pedalar no Porto, em Aveiro (onde vivi uns meses), e novamente em Paris desde 2006. A bicicleta começou como uma necessidade (não pagar transportes públicos), transformou-se num prazer e tem sido, desde à alguns anos, a minha forma de sustento quando a minha actividade artística não chega para pagar a renda. Sou desde Maio 2007, mensageiro de bicicleta, e desde Julho de 2008, também guia turístico em bicicleta. Como podes supor tenho alguns quilómetros nas pernas...
Primeiro erro do teu comentário; não é necessário fazer ciclovias em TODAS as ruas do Porto, nenhuma cidade do mundo tem ou terá ciclovias em todas as ruas da cidade exaustivamente ! As ciclovias devem ser implantadas em vias senciveis, onde a ciclovia trará um acréscimo de segurança ao ciclista e ao automobilista. Quando a ciclovia acaba, a bicicleta integra-se no transito normalmente... até aparecer a próxima ! isto é o que acontece em todas as cidades com grandes, pequenas e médias infrastruturas para ciclistas.
Negar que foi a implementação de ciclovias que permitiu o BOOM de ciclistas em cidades como Paris, Londres, Copenhaga entre muitas outras é como negar que o branco é branco, e que o Preto é Preto.
É verdade que um código da estrada adaptado (tal como dizes), também ajuda muito, mas... se não há ciclistas na rua para que é que o vais adaptar ? Com base em quê ? Primeiro ciclistas nas estradas... depois o resto. Aliás foi isso que aconteceu aqui em Paris. Assisti à implementação das primeiras ciclovias na cidade... a quantidade de criticas !!! O presidente do equivalente do PSD cá da terra, a dizer que só faltava voltar-mos a andar de carroça... Hoje, já é possível circular em contra mão em algumas ruas devidamente sinalizadas, todos os corredores BUS são abertos às bicicletas, nos semáforos foi criada uma faixa para que as bicicletas possam virar à esquerda com segurança... Em Lyon (4ta cidade francesa) está à experiência a possibilidade de as bicicletas não pararem nos sinais vermelhos quando viram à direita, se a experiência correr bem passa a ser assim em todo o território... Mas lá está, os ciclistas já estão nas ruas. Insisto ! Primeiro ciclistas nas ruas ! E o que é que põe ciclistas nas ruas ? O sentimento que é seguro andar de bicicleta na cidade !
Quanto à ciclovia do Porto, não sei quem foi que a projectou, que modelos usou, e como se chegou ao traçado final, pouco importa. É a primeira, e como tal é normal que tenha erros. Paris leva quase 15 anos de implementação de ciclovias, e sim, também à erros. Faço parte da associação Velorution(.org , se quiseres dar uma vista d’olhos). Uma das acções da associação é recensear os pontos perigosos das ciclovias, e em conjunto com o departamento de transito, tentar alterar/remediar esses sítios. Ao longo do tempo foi-se instalando uma relação de confiança entre a associação e a Câmara, e em Maio deste ano foi-nos fornecido um mapa com todas as intervenções previstas até 2014, para que a associação faça um levantamento dos principais perigos/problemas do projecto. Ficar de braços cruzados à espera que resolvam os problemas por nós, criticar sem propor, não me parece ser grande ajuda...
Para acabar, que isto já vai longo, eu acho uma boa iniciativa, é um começo... agora é só andar para a frente... a pedais ;)
Boas pedaladas

André disse...

Sem querer "bater" mais nesses "pontos negros" da ciclovia, aquela parte no meio da Av. da Boavista parece 5 estrelas!!

E saber que há a "intenção de criar uma ciclovia urbana" aqui por Barcelos é sempre bom...agora cumprir programas politicos é que eu quero ver se é bonito...

Iletrado disse...

Caro Tiago
Não sou do Porto. Não estão em causa referências partidárias.
Em relação às "ciclovias", tens de te elucidar. É que o mundo não começou hoje, sabes. Nem começou contigo, nem comigo. Há coisas que só compreendemos quando analisamos o passado. E se há coisa que me começa a bulir com os nervos é essa constante referência aos países do norte da Europa, como se eles fossem o supra-sumo da sapiência. Países esses que fizeram me*** nesta questão dos carros e das AE e agora tentam, com um sucesso relativo, reverter a situação.
1. Sabes como surgiu a ciclovia e onde?
2. Na pressa de defenderes as ciclovias, nem te apercebeste que escreveste o essencial do meu pensamento: "a bicicleta integra-se no trânsito normalmente". Não sei se conheces um indivíduo chamado Mário Alves, mas podes ler o que ele escreveu sobre o assunto da enganadora sensação de segurança que a ciclovia dá aos ciclistas, da qual essa "ciclovia" no Porto é o exemplo acabado. (http://mariojalves.googlepages.com/problemas_segregacao_bicicleta.pdf).
3. É porreiro saber que utilizas a bicicleta e que tentas ganhar uns trocos com ela. Mas sabes, em Portugal, no século passado, pelos anos 60, os habitantes íam para o trabalho, para a escola, faziam compras, íam aos bailes... a pé ou de bicicleta. Claro que havia carros, mas isso era um luxo que só estava ao alcance de uns poucos. Os pobres tinham de se contentar com a bicicleta. Havia pessoas que faziam da bicicleta a oficina móvel onde exerciam o seu ofício. Os funileiros são talvez o exemplo mais conhecido, até porque ainda resistem alguns por aí. Mas havia padeiros, peixeiros, leiteiros,... E repara no pormenor, não havia ciclovias. Existiam vias, onde as viaturas circulavam. Tivessem motor movido a cadáver pré-histórico ou a energia viva.
4. Nessa altura, os gajos do Norte da Europa gozavam com os pobretanas dos portugueses porque, entre outras coisas, por cá circulava-se de bicicleta. Não havia AE e o parque auto era miserável. Agora chegaram à conclusão que estavam enganados. Há tanta coisa que os doutores do norte nos impuseram e agora chegam à conclusão que nós estávamos certos! Se calhar, não pelos melhores motivos, mas estávamos certos. Assim, de repente, além desta coisa da mobilidade, lembro-me das pescas e da agricultura. Porque razão queremos dar a razão cegamente aos mesmos que também contribuiram para o estado a que isto chegou?
5. Não precisei de emigrar para começar a pedalar. Eu percorro milhares de quilómetros todos os anos, de bicicleta. Já há muitos anos. Conheço o país de Norte a Sul e quase todas as ilhas pela perspectiva do ciclista. E também uns espaços de Espanha. Utilizo a bicicleta para o trabalho, para fazer certo tipo de compras, para passear e para treinar. Há poucas praias neste país que não tenha visitado na minha bicicleta. Chegava a percorrer mais de 200 Km num dia só para conhecer determinado local ou visitar um qualquer monumento ou curiosidade natural. Posso por isso afirmar que nunca foi tão difícil andar de bicicleta como nestes últimos quatro anos, quando a febre das "ciclovias" invadiu decididamente o nosso país. Onde há "ciclovia" a mobilidade e flexibilidade do ciclista é fortemente condicionada, devido ao nosso CE que nos obriga a por ela circular, mesma que verifiquemos que é perigosa e não serve os nossos propósitos. Especialmente porque há uma confusão engraçada, em Portugal, de misturar o peão com o ciclista. (...)

Iletrado disse...

(...)
6. Por ano, costumo fazer de carro um terço ou menos dos quilómetros que faço de bicicleta. Apesar disso é fácil verificar como tudo é pensado para o carro e para o excesso de velocidade (entre outros malefícios): rotundas com 3 ou mais faixas, vias com duas ou mais faixas dentro da cidade, etc. Onde vai a "ciclovia"? Faixa única bi-direccional, normalmente partilhada com o peão. Desta maneira andar de bicicleta torna-se incómodo e perigoso. E é difícil à bicicleta "integrar-se normalmente" no trânsito. O motorista só vê a bicicleta quando esta lhe aparece de repente à frente. A noção que prevalece é a de a bicicleta ser um veículo de lazer ou de turismo. Mesmo assim, um turismo perigoso...
7. A solução? Não existe, obviamente, uma solução. Tem que se optar por várias soluções. A primeira consiste na tal alteração ao CE. Depois, as pessoas que pretendem utilizar a bicicleta, seja qual for a sua motivação, devem fazê-lo já. Não ficar à espera que estejam reunidas todas as condições para isso. Até porque isso irá demorar muitos anos. Tal como se vê nesses exemplos que referes. Utilizar a bicicleta, especialmente na cidade, nas ruas que já existem. E não utilizar passeios, excepto em condições bem específicas. Usar as estradas, tornar-nos visíveis. E nada de ciclovias na cidade. Adaptar, isso sim, o que já está construído para ser passível de ser utilizado por todos os veículos. Por exemplo, transformar a VCI numa verdadeira via urbana, com uma faixa para viaturas particulares (a bicicleta é uma viatura particular) e outra para BUS em cada sentido e com passeios. Se és do Porto, sabes que é bem mais fácil ir de Gaia a Ermesinde de carro que de bicicleta. Ou da Afurada à Foz. E não me estou a referir ao esforço físico e ao tempo dispendido, refiro-me à facilidade de escolha do itinerário. Se fores de bicicleta percorres muitos mais quilómetros. Na mesma óptica do peão, que em muitos locais, para atravessar uma rua, tem de atravessar três passadeiras e esperar sempre em todos os semáforos. Além desses outros exemplos que referes, virar à direita, faixas à esquerda, contra-mão, semáforos específicos, etc. Tudo é passível de servir de solução menos a segregação.
Boas pedaladas.

Tiago disse...

Caro Iletrado,

Muito me congratula o facto de não teres de ter imigrado para descobrir a bicicleta, nem de precisares de pedalar para ganhar uns trocos. Deves ter visto sítios muito bonitos nas tuas peregrinações em bicicleta, pois Portugal está cheio de sítios de uma grande beleza natural e patrimonial. És um tipo com sorte, vais de cabelos ao vento, em comunhão com a natureza e com a estrada, e esta é, sem dúvida, a melhor maneira de conhecer um País. Estou-me nas tintas como descobriste a bicicleta, porquê e quando, tu e todos os outros ciclistas. A única coisa que me interessa é vê-los nas estradas... Muitos, quantos mais melhor !
Também me estou nas tintas para quando e porquê que alteraram o código da estrada e “atiraram” a bicicleta para as bermas das ruas e das estradas. Estou-me a ca*** se foram os do norte, do sul, ou do outro lado do Atlântico que “gozavam com os pobretanas dos portugueses porque, entre outras coisas, por cá circulava-se de bicicleta”, que foram (ou não) responsáveis por este estado de coisas. Tens razão, o mundo não começou comigo, nem contigo. E sabes a melhor ? Não vai acabar comigo, nem contigo!
O que me interessa é mudar o que está feito, mudar a situação que herdei, reverter esta idiotice do carro todo poderoso, para ganhar em qualidade de vida e tranquilidade, e tentar deixar as coisas um bocadinho melhores do que a geração anterior deixou.
Foi por esta razão que li com interesse o artigo que me sugeriste do Mário Alves, confesso que não conhecia, conhecia isso sim, um dos estudos a que ele se refere. Estudo esse que tem sido usado pela associação a que pertenço, como uma das referências na concepção das novas ciclovias. Mas atenção, não é a única referência... a maior, é talvez a nossa própria experiência do quotidiano, da utilização diária das ciclovias, e dos problemas que constata-mos diariamente.
Após a leitura do artigo, vejo perfeitamente de onde vem a tua discordância com as ciclovias, e por onde formas-te a tua opinião. Pena que não sejas capaz de pôr em dúvida o que leste, e que sejas impermeável a outras opiniões e experiências.
Mas sabes, não sou padre nem pastor, e não quero converter ninguém à minha causa. A minha opinião é apenas isso, uma opinião. Vivo numa cidade que tem centenas de quilómetros de ciclovias, utilizo-as diariamente, para trabalho e lazer, e gosto, gosto muito. Por essa razão decidi implicar-me em torná-las melhores, porque tenho a experiência do antes e do depois de elas existirem, e a diferença é colossal. Circula-se melhor, em maior tranquilidade... e sobretudo vêem-se muitos mais ciclistas.... Essa é a minha causa, e penso, também a tua....
Talvez daqui a uns anos esteja a defender o fim das ciclovias, porque um país do sul, à beira mar plantado, me mostrou que as ciclovias não servem para nada, que basta mudar o código da estrada...

@ Sérgio, obrigado pelo post e pelo blog. Quando for passar o Natal com a famelga, vou ver se arranjo uma bicla emprestada e vou dar uma voltinha pela ciclovia, porque graças ao blog sei que está lá !

Boas pedaladas.

Mario Alves disse...

Olá a todos,

Sou o Mário Alves que escreveu o artigo citado pelo ileterado. Que fique claro que o artigo não é contra ciclovias. Diz simplesmente que em meios urbanos o risco de acidente de bicicletas com um veículo é, na maior parte dos casos, superior quando existe segregação entre os dois modos de transporte. E explica porquê. Propõe também no fim uma hierarquia de decisão para encorajar o uso da bicicleta num dado percurso - por ordem e a saber:
1. Reduzir a quantidade de tráfego
2. Reduzir a velocidade de circulação
3. Tratamento de cruzamentos e gestão de tráfego
4. Redistribuição do espaço dedicado ao automóvel
5. Implementação de Faixas Cicláveis ou Pistas Cicláveis

André se houver alguma coisa que não concordes, gostaria que me escrevesses ou levantasses as tuas dúvidas aqui.

Tal como diz a Ana existem tantas situações de perigo nestas fotografias que nem sei bem onde começar. Mas só gostaria de alertar para uma delas, que o próprio Sérgio como utilizador intuiu porque coloca os ciclistas na rota de colisão com os carros que estão a entrar e sair da rotunda: a colocação de uma banda para bicicletas no perímetro exterior da rotunda é extremamente perigoso. Há muita literatura sobre isto. Por exemplo:

"Cycle lanes at the peripheral margin of the circle are not allowed since they are very dangerous to cyclists."


Roundabouts : A State of the Art in Germany, Werner Brilon, paper presented at the National Roundabout Conference, Vail, Colorado, USA, May 22–25, 2005

Jorge Cordeiro disse...

Boas Sergio! Chamo-me Jorge, sou de Lisboa e gostava de falar contigo à-cerca de uma viagem que estou a organizar para 2010. Se tiveres MSN adiciona-me ok? jorgemcordeiro@live.com.pt

Grande abraço!