segunda-feira, 25 de julho de 2011

Diferenças de cota



Este post 'apareceu' aqui no seguimento de um email que recebi do Luís Amorim. Começa assim:
"Hoje de manhã, vim pela marginal fora (entre Matosinhos e o Campo Alegre) até ao meu trabalho, de bicicleta!
O pior foi subir D. Pedro V..."

-> antes de mais, os meus parabéns pela iniciativa de ir trabalhar de bicicleta. Eu compreendo o problema... evito ao máximo subir D. Pedro V, e das poucas vezes que o fiz, acabei por fazer uma boa parte a pé.

"Será que o município do Porto ou a entidade que possui a tutela da ponte da arrábida (eventualmente a Estradas de Portugal ou o Instituto de infra-estruturas rodoviárias, IP) não poderiam reabilitar os elevadores da ponte da arrábida. Se fosse possível tornariam a nossa vida muito mais fácil, evitando o grande declive (em súbida para o trabalho) de D. Pedro."

-> é interessante a questão da tutela, também não sei, mas vou tratar de averiguar...
Enquanto não se resolve esta questão dos elevadores, deixo a sugestão de fazer a subida pela Av. da Boavista: o piso é bom, tem sempre duas faixas, o declive está diluído por grande extensão (e com alguns 'patamares' planos) pelo que não tem de fazer grande esforço.


O Porto e a sua morfologia. Apesar da imagem mental negativa que muitos criam, a cidade do Porto é, na sua maior parte, fácil de percorrer de bicicleta. Isto porque existem duas plataformas com declives moderados, que são:

1ª: à cota do Rio, a marginal tem óptimas condições para pedalar: é completamente plana, consegue unir os perímetros ribeirinho e atlântico da cidade, e não fica por aí já que tem ligações para Matosinhos e Vila Nova de Gaia. (até tem uma ciclovia, mas é tão má que nem merece ser referida)

2ª: à cota alta, estou a englobar muita área, da Boavista até Campanhã conseguem-se fazer percursos evitando declives obscenos. Convém saber planear os mesmos, mas se julgam que andar de bicicleta é sempre a descer, será melhor ir ler o DeSegwayNoPorto.blogspot.com 8-)


Infelizmente, e para que mais pessoas queiram e possam andar de bicicleta, a barreira entre estas duas plataformas deveria e poderia ser contornada (já que nem todos temos pretensões a vestir a "maillot à pois rouges") e uma das soluções existe, é válida e só precisa ser reactivada:

Os elevadores da Ponte da Arrábida!



O Miguel já por diversas vezes falou com pertinência neste assunto, mas acho que com o aumento do número de ciclistas nas ruas do Porto, e com a ajuda de todos, talvez tenhamos massa crítica suficiente para endereçar um abaixo assinado + projecto/proposta/justificativo da necessidade da reactivação dos elevadores. São quatro, mas dois a trabalhar seriam mais que suficientes, talvez num modelo de exploração semelhante ao Funicular dos Guindais :)

Será que temos equipa para isso? ;)

2 comentários:

NCarvalho disse...

Viva. Sou morador em Gaia e foi com orgulho e prazer que encontrei este BLOG. Além de falar no Porto (e regiões envolventes), de bicletas, fala também da bicicleta como meio de transporte, coisa que comecei a fazer à coisa de dois meses.
Não o faço tão regularmente como pretendia, mas é uma questão de habito e pretendo que venha a ser mudada.
Relativamente às cotas ou de uma forma geral ao uso da bicicleta como meio de transporte e o que se pode fazer para facilitar, infelizmente acho que há muito para ser feito.
A aposta das ciclovias dedicadas ao lazer foram um sucesso em todo o lado. Uma aposta ganha plos autarcas. O significado dessa vitória é que a população está a preparar se cada vez mais para andar de bike, e como tal mais preparada para fazer das duas rodas um meio de transporte.
Cabe então às autarquias, pensar nas ciclovias, nos estacionamentos, etc. focados no dia a dia do trabalhador ou estudante (além do lazer).

Acho que nos cabe a nós todos (utilizadores mais ou menos experimentados de bicicleta no contexto urbano), desenvolver as ideias e propostas.

Lanço aqui o desafio, deixo a minha ajuda para trabalho futuro, e algumas ideias:
- Parque estacionamento bikes em escolas
- Parque estacionamento bikes junto a estações de comboio e metro
- Ciclovias dirigidas de/para as estações de transportes públicos
- ciclovias dirigidas da periferia para os centros (de comércio, industria)
- Ciclovias de cotas baixas para cotas altas, contornando o mais possível os declives maiores
- Além dos elevadores sugeridos por vós...

Bom trabalho!!

Sérgio Moura disse...

Viva NCarvalho,
obrigado pelo teu comentário!

Gosto das tuas ideias, quase todas elas interessantes, mas só acho que as ciclovias, e até pq se existem temos de lá circular obrigatoriamente, se forem projectadas como até agora, não são de grande utilidade ao ciclista utilitário.
Digo isto porque são mal construídas e pensadas, com circuitos lentos, com declives acentuados, e induzem as pessoas a uma falsa sensação de segurança que não está nada presente nos cruzamentos e atravessamentos dos seus percursos.

Dito isto, tenho também de acrescentar que acredito que mais ciclovias = mais novos ciclistas, e isso é bom.... é um típico caso em que tenho "mixed feelings".
Além de que podem ser bem projectadas, e tornar-se realmente úteis, especialmente em vias onde existe grande diferença de velocidade entre automóveis e bicicletas...

Eu em conjunto com o Miguel do 1penoPorto estamos a tentar reunir pessoas e ideias para por a(s) nossa(s) causa(s) a mexer, e aproveitar uma certa "moda das biclas" ao serviço da comunidade :)

Abraço!