sábado, 3 de setembro de 2011

A minha mula de carga.. BH Oxford



Corria o distante mês de Julho de 2008 quando comprei aquela que é ainda hoje a minha bicicleta 'principal'.
O objectivo na altura era encontrar uma bicicleta durável, confortável, com capacidade de carga e adequada a uma utilização utilitária e citadina... das várias opções que havia na altura (bem menos do que as existentes no mercado agora), acabei por optar por uma BH, modelo Oxford (modelo do ano anterior, e portanto, com ligeiro desconto).

Para o português tipo, e possivelmente também para mim na altura, gastar mais que 70 euros numa bicicleta soava estranho e potencialmente estúpido*. A minha ideia de fazer uso diário, associada à necessidade de fiabilidade e conforto, fizeram-me dar cinco vezes esse valor e hoje, passados mais de três anos, confesso ter sido uma boa opção. Passo a explicar:

De uma forma geral a bicicleta continua a trabalhar tão bem como quando saíu do stand de vendas (Belcor na Póvoa de Varzim - comércio tradicional!).

Com um quadro em alumínio e uma geometria híbrida, esta bicla proporciona uma posição de condução bastante erguida e relaxada.

Munida de rodas 28", cubos Shimano (série corrente) e aros Rodi de alumínio (Freeway alloy 622), esta bicla surpreendeu-me mal me sentei nela - quer em termos de conforto, quer de rendimento - principalmente porque eu vinha de uma dobrável roda 20" 'do chinês' (hoje tenho outros termos de comparação em termos de rendimento e a opinião é um pouco diferente).
Os pneus (700c x 38c) que vinham montados ainda lá estão, desconheço a quantidade de kms (no ínicio fazia médias mas entretanto perdi a paciência) mas serão perto de 4/5.000km. Acho este tamanho de pneu bastante equilibrado, nem demasiado fino (para não ser mto desconfortável), nem demasiado largo (para ser eficiente).


Outro dos elementos que me fez decidir por este modelo (em detrimento de uma Orbita ligeiramente mais barata) foi por possuir um cubo dianteiro com dinamo integrado, um Shimano HB-NX22: estes cubos quase parecem 'mágicos' pois o atrito aparenta ser negligenciável.
Sou completamente apologista da obrigatoriedade da utilização de luzes pelas bicicletas à noite e esta é uma forma fácil de nunca me esquecer da luz em casa. Infelizmente, este cubo só alimentava o farol dianteiro (halogénio), mas acabei por passar um cabo e fazer uma adaptação caseira para ter luz sem pilhas no farol traseiro.

A pedaleira é uma Suntour também em alumínio, tanto ela como os pedais continuam impecáveis. Estes últimos têm uma superfície de borracha anti-deslizante que funciona mesmo nos dias mais chuvosos - pequenos pormenores que tornam a vida mais fácil e segura.
Não sei a referência do eixo pedaleiro, mas este continua sem folgas e sem atrito/vibrações fora do normal.


Um dos pontos fortes desta bicla é o denominado "porta-couves": muito robusto e bem construído, já transportou sacos generosos de comida para a Tosca, várias torres de computador, e, noutras ocasiões já deu uma ou outra boleia à holandesa - quando o peso é notoriamente excessivo, a roda da frente tem tendência a levantar... as biclas de carga aqui justificam a sua existência!
Nesta última fotografia também dá para ver os para-lamas completos.
Este era outro dos acessórios para mim necessários, são de plástico e infelizmente, talvez fruto da utilização mais ou menos bruta que lhes dou, foram partindo nos suportes. Com um clip dobrado foi fácil fazer a reparação, portanto não acho que seja um grande problema :)

Desviadores Shimano, Acera atrás, 050 SYS à frente, continuam a funcionar bem... fruto de olear constantemente a corrente, não noto um desgaste muito acentuado dos diversos componentes da transmissão :) A protecção da corrente, muitas vezes desvalorizada, funciona bem (apesar de não ser completa) - com esta bicla nunca sujei calças e/ou rasguei bainhas como aconteceu noutras ocasiões..

Para finalizar, temos o 'tablier': o guiador em alumínio, tem uma posição agradável que pode ser ajustada pois o avanço é regulável em altura e ângulo. Os manípulos das mudanças têm as manetes de travão integradas e são mil vezes melhores do que aqueles de punho (opinião muito pessoal). Já que se fala nisso, os punhos são em borracha agradável ao toque (não sei porquê parece que estou a falar de um carro). Também tem um triiim triiim que começa agora a enferrujar.

Em suma: depois de sobreviver a muita cidade, alguma estrada, duas quedas e até um pouco de todo-o-terreno, só posso estar contente com a minha compra. Com uma pintura mais sóbria, e um peso total mais simpático, ficaria próxima do perfeito.. agora quem gosta de bicicletas acaba sempre por ter mais que uma, e espero em breve ir relatando a evolução do meu projecto que está agora a começar... :)

Mais Valias:
. Robustez
. Durabilidade
. Conforto
. Polivalencia

Menos Valias:
. Peso total
. Estética da pintura questionável
. Suportes dos para-lamas


ps: desculpa Paulo pelas semelhanças entre a fotografia do topo e a que ilustra o teu blog quando fui fotografar a Ciclovia da Prelada apeteceu-me fazer a sessão fotográfica no viaduto :)

* no entanto, ficar 5 anos a pagar um carro que passado esse tempo já só vale 1/10 do que pagamos por ele, é algo extremamente lúcido :>

1 comentário:

paulofski disse...

Reli o post mas curiosamente só agora reparei no p.s. :)